sábado, 23 de julho de 2011

E a função do Intérprete na escolarização de Surdos?


Artigo publicado nos Anais do Congresso Surdez e Escolaridade: Desafios e Reflexões – Congresso Internacional do INES, Rio de Janeiro, 17-19 de setembro de 2003: 87-98 tanyafelipe@librasemcontexto.org

            Na década de oitenta, a função do Intérprete, mesmo fora do âmbito educacional ainda era “condenada”. Segundo Coutinho (2000:77), intérprete de LIBRAS,
                                                                 “... os profissionais que atuavam na área da surdez mal podiam nos ver conversando com os surdos em língua de sinais. Diziam que nós obrigávamos os surdos a comunicaremse através da mímica”.

             Décadas se passaram e agora já querem substituir o Professor pelo Intérprete. Afinal “a LIBRAS é muito difícil para aprender e também o professor não tem tempo”.
            Se se pensar apenas na escolarização de Surdos, pode-se pensar em intérprete educacionais, como denominou Quadros (2002), ao intérprete que vem atuando em sala de aula. Esse intérprete que ainda está em um processo de formação de identidade, já que sua organização enquanto profissional e formação acadêmica ainda não se consolidaram e que:
• deverá, ao assumir essa função, segundo seu código de ética, “manter uma atitude imparcial durante o transcurso da interpretação, evitando interferências e opiniões próprias, a menos que seja requerido pelo grupo a fazê-lo”Sander (1992);
• deverá ter conhecimento prévio de todo os assuntos de todas as disciplinas que fará a tradução simultânea, podendo atuar desde a educação infantil até o nível universitário e de pós-graduação, segundo Quadros (2002);
• não poderá se confundir com o professor, que é o responsável pelo processo de avaliação dos alunos; ficando a indagação: quem será esse super-profissional, super-intérprete, multidisciplinar? Pesquisas têm mostrado que, devido a muitos equívocos por parte dos intérpretes, ou por falta de formação acadêmica, ou técnicas para tal função ou, ainda, por não dominar o assunto, a atuação do intérprete em sala de aula pode causar prejuízo ao aluno em sua escolarização (Pires, 2000; Sander, 2000, Quadros, 2002).

 Disponível em http://www.librasemcontexto.org/producao/A_Funcao_do_Interprete_Ines.pdf


Libras em contexto

O  Ministério da Educação está desenvolvendo o Programa "Interiorizando Libras", que tem como propósito apoiar e incentivar a formação profissional de professores, surdos e não-surdos, de municípios brasileiros, para a aprendizagem e utilização da língua brasileira de sinais em sala de aula, como língua de instrução e como componente curricular.
O material LIBRAS EM CONTEXTO favorece o estudo e o ensino da língua de sinais falada pelos surdos do Brasil, por meio de material impresso e DVDs elaborados pela própria comunidade surda.
O apoio do MEC ao processo de formação de instrutores de Libras e de professores para atuar na educação escolar dos surdos garante o respeito à diferença, à diversidade sócio-cultural. Essa ação é representativa do compromisso do Governo Federal com a educação para todos e com a inclusão social das pessoas com necessidades educacionais especiais.
Contamos com vocês para vencer o desafio de atender à singularidade lingüística dos surdos e assim alcançar o sucesso almejado com a execução desse programa.

Tarso Genro
Ministro de Estado da Cultura 

Disponível em http://www.feneis.com.br/page/librasemcontexto.asp

Fotos do Arraiá Cas - Mossoró